Consumo




Brinde com malte e lúpulo


Com o afrouxamento das restrições sanitárias relativas à Covid-19 e, consequentemente, a retomada das confraternizações de fim de ano, a expectativa dos bares e das fábricas de cervejas artesanais de Rio Preto é de reencontrar o cenário de alta de antes da pandemia.



Segundo Alexandre Zanin, mestre cervejeiro e um dos proprietários do pub Vila Dionísio e do boteco Chico Barrigudo, as vendas de novembro a fevereiro são muito mais expressivas do que no restante do ano, sendo dezembro o mês mais representativo desse período.

“A expectativa é repetir dezembro de 2019, mas ainda temos de entender como será a volta dos clientes nesse momento de reabertura”, pondera Zanin.



Opinião semelhante tem Adalberto Afonso, o Beto, sócio-fundador e mestre cervejeiro da Velvet Beer, que integra o grupo técnico da Federação Brasileira de Cervejarias Artesanais (Febracerva).

“O desequilíbrio nos preços de gás, combustíveis e dólar tem se refletido no mercado como um todo. Se conseguirmos atingir o patamar de vendas de dezembro de 2019, vamos nos considerar vitoriosos”, diz ele. 

Embora ainda incipiente na cidade, o mercado cervejeiro tem projeções otimistas para 2022. Isso porque o consumo de cerveja está intimamente relacionado à retomada dos encontros e das celebrações entre familiares e amigos. 

A cerveja artesanal propriamente dita também tem ganhado espaço ano após ano. Mais do que momentos de descontração, a busca se volta a experiências sensoriais, por meio de diferentes sabores e aromas. 

“Toda a nossa produção é dirigida ao consumidor final diretamente, sem atravessadores, sem transporte no sol, sem perda de temperatura nem de qualidade”, destaca o sommelier de cervejas Marcelo Lima, proprietário do Tamareira Fábrica Bar.

Além do frescor da produção local, um aspecto fundamental para os especialistas é a variedade de ingredientes. Afinal, nem só de malte, lúpulo e cevada se faz uma cerveja ou um chope de boa qualidade. Há variações com frutas, mel, canela, cravo, café, entre outros.

“Acredito que existe uma informação equivocada sobre cervejas puro malte para a maior parte dos consumidores comuns. A escola belga de cervejas, por exemplo, é uma das mais complexas, diversas e premiadas. E a maioria dessas cervejas não é puro malte”, observa Zanin. 

Velvet Beer
 A Velvet Beer se tornou uma das maiores cervejarias de Rio Preto. Com capacidade de produção de cerca de 30 mil litros mensais de cervejas artesanais, produz atualmente 10 rótulos próprios, além de fazer private label – uma oportunidade para que os bares da cidade tenham produtos personalizados. 

“Também temos parcerias com outras cervejarias locais, como o Vila Dionísio, o Chico Barrigudo e a Cervejaria Master”, cita Beto Afonso, reforçando o clima amistoso entre os concorrentes do setor.

O projeto começou em 2015, num prédio na avenida Fernando Costa, para atender à demanda de cerveja artesanal no então Barley BrewPub. Em novembro de 2019, ele levou o negócio para um prédio maior, na avenida Romeu Strazzi, que comporta tanto a fábrica quanto o bar Velvet.

Hoje, os produtos da marca são comercializados em aplicativos de delivery e estabelecimentos da cidade e da região, especialmente por meio de growlers – garrafas especiais de um litro que foram criadas em 2017 e fizeram sucesso durante a pandemia. 

Vila Dionísio
Quando o assunto é cerveja diferenciada, um dos bares mais tradicionais que mais rapidamente saltam na mente do rio-pretense é o Vila Dionísio. O pub foi criado em 2004, com cerca de 70 rótulos diferentes, e já chega a mais de 400 opções.

 Segundo Alexandre Zanin, a proposta de ser multimarca sempre fez parte da essência da empresa. Mas, aos poucos, surgiu a necessidade de desenvolver produtos exclusivos.

Em 2009, começaram os experimentos na “panelinha”. E, em 2014, transformaram o hobby em fonte de receita, com a criação da sua primeira cerveja própria, a Decennial, em homenagem aos 10 anos do Vila.

“Nossa sociedade é formada por dois engenheiros de alimentos e dois biólogos, o que facilitou nossa imersão no assunto”, explica o empresário, que também realiza eventos privados, como o festival Wanna Rock.

Atualmente, já são 17 rótulos diferentes, que vão desde cervejas mais claras e leves – as mais procuradas pelo público do Vila – até as especiais, como as maturadas em barris de madeira. 

Tamareira Fábrica Bar
Criada em dezembro de 2019, a fábrica-bar Tamareira é um dos negócios locais mais novos do segmento e sempre teve o intuito de priorizar a experiência de consumo. 

De acordo com Marcelo Lima, o objetivo da empresa é produzir todos os mais de 160 estilos cervejeiros reconhecidos internacionalmente. “Nossa filosofia não é sempre produzir a mesma coisa, mas variar e poder oferecer essa variação aos clientes.” 

Embora os consumidores do Tamareira ainda prefiram opções mais convencionais, como Pilsen e American Lager, Lima os estimula a provar novidades. Por isso, criou o T Beer Club.

Trata-se de um clube de assinatura em que cada participante tem direito a quatro growlers diferentes mensalmente. Pelo menos uma das cervejas artesanais é recém-produzida na casa. As demais podem ser de outros players da cidade e região e até mesmo de produtores de outros estados.

Lima explica que cada item é acompanhado de um descritivo, com detalhes como teor alcoólico, teor de amargor e ficha sensorial, além de dicas de harmonização, curiosidades, entre outros. Dessa forma, os leigos têm a oportunidade de expandir seu paladar e seu conhecimento sobre o universo cervejeiro. 

Fotos: Elton Rodrigues




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