Kelvin Kaiser, Presidente da Acirp - Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto
Foi realizada hoje, 9 de agosto, uma reunião na Prefeitura de Rio Preto para discutir a situação dos moradores de rua. O encontro, que durou cerca de três horas, contou com a participação de representantes do Ministério Público, Judiciário, Polícia Civil, Polícia Militar, vereadores, Acirp, secretários e também com um morador de rua.
Durante a reunião, comerciantes demonstraram profunda indignação com a situação que vivem diariamente, tendo que dividir espaço como moradores de rua no entorno dos estabelecimentos. “Praticamente todos os dias chegamos para trabalhar e precisamos limpar fezes e urina humana na porta do nosso comércio. Entendo que há preocupação com essas pessoas, mas é preciso também pensar em nós, empresários, que estamos perdendo dia após dia clientes. Mas, enquanto isso, pagamos todos os nossos impostos em dia”, citou um dos comerciantes que manifestou o posicionamento.
O presidente da Acirp - Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto, Kelvin Kaiser, disse que sabe da complexidade do problema que os comerciantes têm enfrentado devido aos moradores de rua, das abordagens aos clientes, necessidades fisiológicas, e que a situação é crítica.“Criamos um comitê, que se reúne semanalmente, para podermos ter uma dimensão do problema e um plano único, com ações de curto, médio e longo prazo. Esse comitê funciona de forma semelhante ao de combate ao coronavírus. Ele se reúne, delibera e comunica, por meio dos meios de comunicação da prefeitura, para a população. Assim, a gente consegue medir as ações que estão sendo feitas e os efeitos práticos de redução em uma determinada área”, explica Kaiser.
O Juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, citou que está acompanhando de perto a situação dos moradores. Disse que foi até o calçadão de Rio Preto, à noite, para conversar com essas pessoas e que, tudo o que será feito, está dentro dos padrões da Lei e visa o bem coletivo.
“Nós já fizemos várias reuniões e vamos realizar outras envolvendo alguns temas como alimentação, danos ao meio ambiente, limpeza pública, internações – principalmente as voluntárias, melhorias dos fluxos para as internações, prestação da saúde e assistência ainda mais efetiva, habitação, emprego e renda, entre outros. Mas já adianto que tomamos conhecimento há apenas 17 dias e que ainda há um longo percurso pela frente.”, afirma Pelarin.
O representante do grupo Força Tarefa, Agnaldo Pedroni, que defende os direitos dos comerciantes, expôs a opinião e disse que a iniciativa privada se dispõe a ajudar a bancar abrigos para as pessoas. “Nós, empresários, comerciantes, não temos o direito de ir e vir. Somos aprisionados pelo medo devido à presença dos dependentes químicos em situação de rua. Por isso, gostaria de dizer que a iniciativa privada se propõe a ajudar a bancar abrigos para essas pessoas”, ressalta Pedroni.
Agnaldo Pedroni, representante do Grupo Força Tarefa
Para o prefeito Edinho Araújo, toda ajuda e sugestões são bem vindas. Recentemente ele esteve nas cidades de Londrina, Maringá e Florianópolis para conhecer projetos bem sucedidos a respeito do tema e que poderiam ser aplicados na cidade. Ressaltou ainda que está aberto para ouvir ideias que ajudem a solucionar o problema e que acredita, sim, em uma melhoria da situação. “Contamos com o apoio da população, empresários, instituições religiosas, entre outros, para que tenhamos uma solução para o problema”, afirmou o prefeito.
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