Política




As eleições presidenciais em 2018 mostraram a força do marketing digital como principal arma


As eleições presidenciais em 2018 mostraram a força do marketing digital como principal arma para levar candidatos com menos dinheiro ou tempo de TV à vitória. Especialistas ouvidos pela É Rio Preto dão sua visão sobre os reflexos deste fenômeno na corrida para prefeito em 2020

Seria o marketing digital a grande sacada de uma campanha política? O trabalho nas redes sociais e a presença online são o principal diferencial? A internet é o caminho para a vitória? Essas são algumas das perguntas que vêm martelando na cabeça de muitos políticos e aspirantes a cargos públicos de olho nas eleições municipais de 2020.

Os questionamentos são resultado do impacto do que vem sendo chamado de “Novo Voto”, um termo usado para designar a forma de se fazer campanha depois do resultado da última eleição para presidente do Brasil, em 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito após comandar uma campanha que aparentemente fugia do tradicional.

Estudos pipocaram por todos os lados logo após o resultado para entender como o candidato com um dos menores tempos de televisão (oficialmente) e uma das campanhas mais baratas havia saído vencedor.

A internet foi a chave que virou. Rapidamente, as mídias sociais passaram a ser vistas como a principal ferramenta das campanhas políticas por muitos analistas.

Consultores especializados em marketing político afirmam que o online fez e fará cada vez mais parte de todo o processo, mas é preciso entender que o resultado das últimas eleições foi um mescla de fatores atípicos que ainda tornam esse cenário difícil de decifrar.

Para o consultor político Ricardo Bergamo, que participou de campanhas de candidatos como Celso Russomano, Ciro Gomes, Cristovam Buarque e Mecias de Jesus, é preciso observar com calma essas mudanças. A internet vem, sim, ganhando muita força, mas ela não matou outras mídias. “Esse é um fenômeno que precisa ser relativizado. O discurso de transformação total na forma de se fazer uma campanha deve ser analisado com calma. Acho que essas mudanças definitivas ainda estão em andamento.”

Ainda assim, Bergamo explica que a base de uma campanha passou por transformações e vai impactar em todas as etapas. “Antigamente, esbanjava-se dinheiro. Hoje, isso já não é uma realidade. O mercado, sozinho, fez com que os partidos e candidatos percebessem essa necessidade de procurar outras formas de se fazer campanha. Mais baratas, inclusive. E a força do digital veio ao encontro dessa demanda”, acrescenta.

É inegável, segundo o consultor, que as redes sociais terão papel fundamental nas próximas eleições. “Nas campanhas municipais, as mídias digitais podem ter ainda mais impacto por falarmos de um público que está mais próximo do candidato. No entanto, isso também exige um trabalho mais específico.”

Outra dica é focar no lado humano. “Não adianta produzir material caríssimo. É preciso entender a nossa realidade, pensar no que o Brasil precisa e no que o eleitor quer, e precisa ouvir. Hoje, o que temos certeza é que não dá mais para criar políticos. Eles precisam ser reais, terem um discurso humanizado e posições claras e definidas”, aponta Bergamo.

Seus dados monitorados

Uma coisa já é realidade. Nossas informações, compartilhadas espontaneamente pelas redes sociais, servem de munição para campanhas políticas que são construídas em torno de quem são os possíveis eleitores e como abordá-los da melhor maneira.

Essa realidade é o foco do documentário “Privacidade Hackeada”, disponível na Netflix, que conta como a empresa de análise de dados Cambridge Analytica se tornou o símbolo do lado sombrio das redes sociais após a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.

Segundo o filme, a empresa teria usado dados de milhões de usuários do Facebook, sem o conhecimento ou consentimento, para influenciar nos resultados de eleições e movimentos políticos importantes pelo mundo, sendo o grande destaque a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e os resultados do plebiscito sobre o Brexit.

Com as informações coletadas, a Cambridge Analytica conseguiu categorizar os usuários para oferecer aos clientes informações privilegiadas do público, permitindo um direcionamento nas ações digitais. Para entender mais, assista ao documentário.

O QUE ELES PENSAM?

É muito importante o avanço digital nessa relação com a população. O gestor que não se atualizar, que não compreender a extensão  do universo digital vai ficar para trás. Hoje movimento mais minhas contas no Facebook e Instagram. São os novos tempos, aos quais temos de nos adequar buscando a excelência de gestão.”

Edinho Araújo, Prefeito de Rio Preto

A comunicação digital sempre fará parte não só em momentos de campanha. É uma ferramenta importante para manter esse contato com a população. Mas é inegável que ela vai fazer a diferença na próxima eleição, desde que usada de forma inteligente, com propostas, mostrando que pode mudar na situação de cada município.”

Eleuses Paiva, vice-prefeito de Rio Preto

Ainda é cedo para qualquer preparativo de olho em 2020. Mas certamente vou utilizar as redes sociais para me comu- nicar com eleitores. O marketing digital está presente em campanhas desde 2008 e não será diferente em 2020. O diferencial é como cada um vai utilizar as ferramentas que estão disponíveis.”

Fábio Marcondes, vereador

Apesar da menção ao meu nome, não pensei em qualquer estratégia para a próxima eleição. O que posso dizer é que não tem como fugir das mídias sociais e de sua força. Mas é preciso cuidado com as fake news. Por mais que possam ser refutadas, podem causar problemas. São os dois lados da moeda.”

Coronel Helena dos Santos Reis, Comandante e Secretária-Chefe Casa Militar

Nossas campanhas sempre foram econômicas e a mobilização digital conti- nuará sendo o principal canal. Assim como as redes sociais aceleram a proliferação de fake news, a verdade é propagada mais rápida. E será assim nas próximas eleições: posicionamento firme, buscando a empatia de pessoas dispostas a aderir volunta- riamente à nossa campanha.”

Renato Pupo, vereador




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