Rio Preto




Momento de união


O empresário Kelvin Kaiser assume a presidência da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto com a missão de ser a ponte entre a tradição da entidade centenária e o futuro

 

Respeito com o passado, mas atento ao futuro. É assim que o empresário Kelvin Kaiser descreve o seu projeto para a presidência da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp). Com 40 anos, Kaiser assume o posto com a missão de trazer para a entidade centenária um trabalho de união entre sua tradição e os avanços constantes que mercado nos apresenta.

“Há uma expectativa muito grande de renovação. Então, que venha uma renovação no que precisa ser renovado, mas a ética, a transparência e a imagem que a entidade construiu têm que ser preservadas e muito bem”, analisa Kaiser em entrevista exclusiva à É Rio Preto.

E a nova diretoria, que contará com 45 membros, será um reflexo dessa realidade. Uma mistura entre gerações e toda a diversidade empresarial que representa tão bem o momento atual da Acirp.

“Hoje, a entidade é composta por empresas de diversos portes. As grandes estão aqui, mas o grosso da nossa base de associados é formado por empresas menores. Então, a proposta é trazer gente para propor ideias novas, porque a gente precisa se comunicar com esse pessoal que está entrando no mercado de trabalho. Temos que equilibrar, unindo tradição e essa nova economia”, pontua Kaiser.

Ao todo, entre diretorias e conselho, a nova gestão contará com 90 empresários envolvidos diretamente nas demandas da entidade. Na diretoria, houve uma taxa de quase 35% de renovação. Já no conselho, a renovação chega a 50%. “A ideia é essa. Manter a entidade blindada, mas também trazer a comunicação para esse pessoal novo que não sabe o que é a Acirp. Não sabe. Eles também precisam saber para que a gente se torne cada vez mais forte”, diz o presidente da entidade.

E Kaiser encara esse papel com satisfação. “Quando se fala o nome da Acirp, todo mundo abre as portas porque sabe que é um assunto sério. Isso instiga a gente. Por mais que tenhamos nossas empresas e trabalhos, isso instiga muito a dar continuidade a tudo que vem sendo feito ao longo dos 100 anos da Acirp e, principalmente, ao que foi semeado agora nas últimas gestões do Maurício (Belodi), da Adriana (Neves) e, principalmente, do Paulo (Sader).”

Já pelo lado pessoal, chegar ao posto mais alto da entidade é uma realização e motivo de orgulho para o empresário, principalmente por ser um feito que deixaria seu pai, falecido há cerca de dez anos, muito feliz. “Quando eu entrei para a diretoria, meu pai sentiu um orgulho absurdo. Ele fez questão de me falar diversas vezes. Então, tenho certeza que eu, hoje, ocupando o cargo de presidente, o deixaria extremamente orgulhoso.”

“Se eu conseguir juntar o melhor dos três, networking, arrojo e planejamento, estou bem. E é por isso que os três estão comigo no conselho.”

Sobre o papel no Conselho da Acirp dos três últimos presidentes da entidade, Mauricio Bellodi, Adriana Neves e Paulo Sader

Inspirações

Kaiser, que é diretor executivo do Grupo Cene, teve seu primeiro contato com a Acirp durante a gestão de Maurício Belodi, entre os anos de 2008 e 2012, quando atuou como segundo secretário. Com Adriana Neves como presidente, entre 2012 e 2016, ele passou a ocupar algumas diretorias e teve a oportunidade de se aprofundar mais na rotina da entidade.

Já na última gestão de Paulo Sader, Kaiser foi vice-presidente. “Na hora que você atua em uma vice-presidência, você consegue, realmente, olhar e entender melhor a entidade. E ver as três gestões foi muito interessante porque cada uma foi de um jeito. Todas fantásticas, mas únicas”, recorda.

E Kaiser espera reunir na sua gestão as qualidades identificadas em cada um de seus antecessores. “Maurício com um modelo de gestão muito estratégica, pensada, discutida. A Adriana com o arrojo enorme, de fazer acontecer. O Paulo com uma costura de relacionamento, uma rede de networking muito grande. Se eu conseguir juntar os três, networking, arrojo e planejamento, estou muito bem. E é por isso que os três estão comigo no conselho, para nos ajudar a desenvolver.”

 

Bandeiras novas e antigas

Kaiser, que foi eleito para o cargo no último dia 27 de março, herda do também empresário Paulo Sader a entidade com a casa bem organizada - Sader permaneceu como presidente por duas gestões, entre 2016 e este ano.

Demandas que há anos vinham sendo trabalhadas pela entidade junto ao poder público devem sair do papel ou já estão em andamento. Exemplos são a revitalização da região central e os projetos em torno da mobilidade urbana. “Fizemos esse balanço e está na hora de começar a desenvolver e bater forte em outras bandeiras”, revelou Kaiser.

Entre as ações prioritárias para esse primeiro ano de gestão, o empresário destaca o acompanhamento de perto da implantação do novo Plano Diretor de Rio Preto, documento que orienta a política de desenvolvimento e ordenamento da expansão urbana do município pelos próximos dez anos.

O projeto ganhará, inclusive, uma pasta dentro da própria entidade. “Era uma luta nossa ter um Plano Diretor. Ele está para ser feito, então vamos continuar discutindo. Vamos ter uma pasta de diretoria para isso, totalmente dedicada ao acompanhamento e elaboração do projeto e como forma de ajudar a fazer o plano ser desenvolvido”, diz Kaiser.

Outras prioridades, segundo o novo presidente, são contribuir para o desenvolvimento do conceito de Smart City e promover a parte de inovação da própria entidade, trazendo a Acirp para a era digital.

As novidades, no entanto, não significam que bandeiras defendidas pela associação nos últimos anos vão ficar para trás. Kaiser é bastante enfático ao dizer que o projeto do Centro de Convenções, que há anos é debatido e nunca saiu do papel, vai se tornar realidade dentro de um prazo de dois a quatro anos. “É uma grande bandeira para nós. Cansamos de pedir. Ninguém vai fazer? Então nós vamos fazer. Já achamos uma maneira”, diz.

Outra briga antiga que deve continuar é a questão em torno da flexibilização do horário do comércio. Há anos a Acirp propõe que os empresários tenham a liberdade de negociar com seus funcionários uma jornada de trabalho diferente do padrão existente em Rio Preto. No entanto, a ideia é rejeitada pelo Sindicato dos Empregados no Comércio (Sincomerciarios), entidade que defende o interesse dos trabalhadores.

“A gente entende o posicionamento, eles têm mérito e faz sentido o que eles pedem. Eles defendem o modelo do trabalhador. Mas, ao mesmo tempo, a cidade precisa mudar. As coisas mudam. O que tem muita confusão é que as pessoas acham que vai aumentar a carga horária. Não, ela vai flexibilizar. Vai mudar os turnos com muita conversa. Então, na verdade, a intenção é que gere mais emprego.”

Kaiser ainda trará de volta duas pastas que haviam deixado de existir na entidade: turismo e comércio exterior.

“Hoje, a Acirp é ouvida, chamada e representada em praticamente qualquer grande decisão que envolve a cidade. Seja quem estiver no próximo governo, a ideia é que isso continue.”

Sobre as relações políticos com o futuro governo municipal

Impacto político

Não é só na Acirp que 2020 é ano de eleição. Esse também é o ano em que os rio-pretenses vão às urnas para escolher o prefeito que vai comandar a cidade pelos próximos quatro anos. E o resultado também pode impactar a entidade. Como grande parte das demandas da associação estão ligadas ao trabalho do poder público, um bom relacionamento é fundamental para que elas saiam do papel.

“O impacto é direto e pode ser muito favorável ou muito desfavorável. A gente percebe a sinergia que tivemos no último ano com o governo do prefeito Edinho Araújo. E ter um diretor nosso no cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico faz muita diferença. Isso gera uma sinergia tão grande que a gente consegue entregar muita coisa para a cidade. Hoje, a Acirp é ouvida, chamada e representada em praticamente qualquer grande decisão que envolve a cidade. Seja quem estiver no próximo governo, a ideia é que isso continue. A Acirp não tem partido. Se é bom para o empresariado e é bom para a cidade, estamos dentro. Seja quem for. O mais importante é ter essa participação muito próxima”, afirma Kaiser.




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