Economia




O mapa da exportação


Rio Preto é uma cidade mais importadora que exportadora, mas 2019 foi um ano de reação nas vendas para o mercado internacional. A revista É Rio Preto descobriu pra onde vão nossos produtos, confira!

 

Há anos Rio Preto assumiu um perfil de cidade importadora. Desde 2011, a exportação não foi capaz de superar os valores importados, com o déficit negativo aumentando ano a ano. Como reflexo, empresas locais foram perdendo interesse no mercado externo ou sofrendo para encontrar seu espaço dentro de um ambiente cada vez mais competitivo.

No entanto, os números de 2019 mostram uma leve recuperação. O saldo continua negativo – Rio Preto fechou o ano com déficit de US$ 89,46 milhões –, mas, pela primeira vez em mais de seis anos, as exportações superaram a casa dos US$ 20 milhões. Somando tudo que foi comercializado, Rio Preto vendeu US$ 23,87 milhões em 2019.

Esse valor representa um crescimento de mais de 53% na comparação com 2018, quando as exportações foram de pouco mais de US$ 15 milhões. Ainda assim, Rio Preto tem uma participação de apenas 0,05% nas exportações de todo o estado de São Paulo.

No mesmo período, as importações também continuaram crescendo, atingindo US$ 113,33 milhões, o maior valor desde 2014. Entretanto, o ritmo foi bem menor que o das exportações, com alta de 20,54% em relação a 2018.

Para o despachante aduaneiro Paulo Narcizo Rodrigues, da Caribbean Express, a explicação para esse movimento de crescimento das exportações está na alta do dólar em 2019. A moeda americana bateu consecutivos recordes durante o ano, atingindo, inclusive, o maior valor da história desde a criação do Plano Real, com o dólar comercial sendo vendido a R$ 4,258.

“O dólar foi um dos itens que influenciaram no aumento das exportações, comparando com o ano anterior. Também temos o novo governo, que deu mais segurança aos empresários e aos investidores internacionais, e a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que proporcionou uma maior procura por nossos produtos pelos dois países”, explica Rodrigues.

Revista É Rio Preto - Mapa da Exportação

Destinos

A América do Sul domina o mapa da exportação rio-pretense. Em 2019, mais de 50% de tudo que foi vendido por empresários de Rio Preto foi destinado a algum país vizinho, sendo o Chile o principal comprador, com 19% do total. Paraguai e Colômbia aparecem logo atrás, com 13% e 8,1% respectivamente.

“O Chile é um de nossos principais compradores por alguns motivos. Primeiro porque é um país que produz muito pouco. Segundo porque tem acordos comerciais com o Brasil que barateiam a entrega de produtos diante de outros concorrentes. Por fim, termos um período de trânsito relativamente curto entre Brasil e Chile – comparado ao da China, por exemplo. Tudo isso favorece o comércio entre os dois países”, explica a diretora da Multiways Despacho Aduaneiro, Yvanna Garcia.

A América do Norte vem em segundo lugar. Na região, o principal destino são os Estados Unidos, compradores de 15% de tudo que exportamos. Na Ásia, Hong Kong se destaca, comprando 12% do total exportado.

Nossa exportação pulverizada entre tantos países é resultado de uma economia que não possui um produto que seja o carro-chefe, afirma Yvanna. “Por exemplo, a região de Franca tem o calçado, a região de Itajobi tem o limão. Rio Preto não tem um produto que sobressaia em seu parque industrial. O que temos são vários pequenos produtores de vários produtos, o que acaba expandindo o leque de países compradores.”

Outro fator, acrescenta Rodrigues, é que ainda falta uma cultura exportadora em Rio Preto. “Somos uma cidade tradicionalmente de prestação de serviços. E os poucos que exportam são empresários que já tiveram experiência no passado e retornaram, juntamente com alguns que aproveitaram o momento para buscar mercado internacional”, completa.

Futuro imprevisível

O novo ano começa com a expectativa de queda nas exportações e de alta para as importações, afirma Yvanna Garcia. “A exportações estão com uma baixa projetada de 3,2%, enquanto o aumento nas importações deve ficar em torno de 6,6%. O que pode modificar essas projeções é uma boa safra de produtos agrícolas brasileiros.”

Já o dólar, apesar de sempre influenciar, não deve ter um papel definitivo, garante Paulo Rodrigues. “Se o dólar baixar, ajuda nas importações, fica mais barato, mas a importação é algo que visa lucro somente e, mesmo que o dólar esteja prejudicado, os empresários seguem comprando e os custos são repassados aos consumidores.”

A falta de competitividade brasileira no exterior, segundo Yvanna, só será solucionada com ações envolvendo reformas e acordos. “São ações que vão garantir redução de custos e maior competitividade para os produtos manufaturados, além de maior lucratividade para os produtos agrícolas”, pontua.

 




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