Rio Preto




O futuro no tubo de ensaio


A É Rio Preto foi atrás das descobertas feitas por pesquisadores de Rio Preto que podem revolucionar o tratamento de doenças no Brasil e no mundo.

Tratamento inovador para combater insuficiência renal crônica, novo anti-inflamatório mais natural e com menos efeitos colaterais, solução para aumentar o número de transplantes de rins, uso de melatonina para melhorar a qualidade do sono de pacientes em UTI...

Algumas descobertas recentes, fruto do trabalho de pesquisadores de universidades públicas de Rio Preto, têm potencial para mudar a realidade da saúde no Brasil e no mundo. A cidade é polo de pesquisas voltadas principalmente para a área médica.

A descoberta mais recente foi feita pelo Laboratório de Imunologia e Transplante Experimental (LITEX) da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp). Os pesquisadores identificaram uma maneira inédita de tratar insuficiência renal com célula-tronco embrionária.

Revista É Rio Preto - Pesquisas na área da saúde - famerp

Essas células foram aplicadas em rins ratos com insuficiência renal crônicas e os resultados apontaram melhora da função renal o que significa um ponto de partida para o desenvolvimento de terapias que permitem reparar os rins doentes.

“Quando a célula é embrionária, ela pode ser utilizada em qualquer parte do corpo. Usamos essas células para tratar insuficiência renal crônica e os resultados foram excelentes”, conta Eloisa Cristina Caldas, pesquisadora do Litex.

O mesmo laboratório já havia feito outra descoberta que pode revolucionar os transplantes de rins no mundo. Os pesquisadores observaram que uma inflamação mais intensa no rim de doadores de critério estendido - doadores acima de 60 anos ou com idades entre 50 e 59 anos mas portadores de fatores de risco - ocorre pela maior atividade inflamatória de moléculas que podem ser “desligadas” via medicamentos.

“O estudo mostrou que os rins de critério estendido realmente possuem mecanismos de inflamação mais ativos quando comparados aos rins do tipo padrão. Entretanto, os resultados inéditos identificaram as principais moléculas que podem ser a causa desta maior atividade inflamatória, fornecendo informações sobre a qualidade do rim de doadores falecidos. Com isso, esperamos diminuir a elevada taxa de descarte desse tipo de órgão e possibilitar o tratamento desses rins”, diz o Prof. Dr. Mário Abbud Filho, coordenador da pesquisa.

Revista É Rio Preto - Pesquisas na área da saúde

‘Injeção’ de melatonina ajuda no sono

Em outro estudo inédito, pesquisadores da Famerp identificaram que a melatonina pode ser um importante instrumento no combate a sepse (infecção generalizada), delirium (distúrbio psiquiátrico mais comum em pacientes idosos hospitalizados) e para melhorar a qualidade do sono de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Os pesquisadores avaliaram 203 pacientes nas UTIs do Hospital de Base de Rio Preto e do Hospital de Amor, de Barretos, durante três anos. Esses pacientes apresentavam redução dos níveis sanguíneos de melatonina, e isso está associado com maior gravidade de sepse, delirium e severas alterações do sono. Cada paciente passou a receber então 10mg de melatonina ou placebo, via oral.

Ao fim do estudo, foi verificada que a administração de melatonina possui propriedades hipnóticas efetivas quando os níveis internos de melatonina estão reduzidos, melhorando a qualidade e duração do sono. Como vantagem, o fato de a administração de melatonina ser uma intervenção segura em relação a outros agentes indutores do sono, devido à ausência de efeitos colaterais, e por não provocar vício.

Além de seus papéis fisiológicos na regulação dos padrões de sono, há evidências na literatura de que a melatonina tem efeitos anti-inflamatórios, atua no controle dos níveis de citocinas (grupo de moléculas) pró-inflamatórias e está relacionada com a função imunológica.

“O uso de melatonina foi associado ao aumento da qualidade do sono, o que sugere no futuro um possível papel da melatonina no arsenal terapêutico das UTIs”, afirma Joelma Villafanha Gandolfi, uma das autoras do estudo.

O resultado da pesquisa foi apresentado no Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva e publicado em uma revista científica.

Outros estudos

Proteína anti-inflamatória

- O Ibilce, campus da Unesp em Rio Preto, com auxílio da Queen Mary University of London, concentra pesquisas em diversas áreas ligadas à saúde. Uma delas está colaborando para o desenvolvimento de um novo anti-inflamatório mais natural e com menos efeitos colaterais.

- O estudo usa uma pequena porção da proteína Anexina A1, que é produzida pelo organismo e apresenta importantes papéis fisiológicos, entre eles ações anti-inflamatórias.

“Os resultados mostraram proteção contra os efeitos das inflamações. Essa proteína pode representar uma terapia promissora na proteção dos tecidos em processos inflamatórios, regenerativos e cicatriciais”, afirma a professora Sonia Maria Oliani, coordenadora do estudo no Laboratório de Imunomorfologia do Ibilce.

Tratamento personalizado para o câncer

- Um tratamento personalizado, atacando apenas as células doentes. Esse é o objetivo do estudo inédito coordenado pela Dra. Debora Zuccari, professora adjunto do departamento de Biologia Molecular da Famerp, que analisou amostras de pacientes com câncer de mama com objetivo de identificar as principais mutações e propor tratamentos específicos.

- A pesquisa está em fase de análise dos dados. “O estudo vai identificar as principais variantes patogênicas e propor terapias personalizadas, melhorando a resposta do paciente. Esse é o caminho do futuro quando se fala em tratamento de câncer”, explica a pesquisadora.

Nova vacina contra a gripe

- Após participar dos testes da vacina contra a dengue, Rio Preto foi escolhida para testar a nova vacina contra a gripe, a Influenza Tetravalente, que foi desenvolvida pelo Instituto Butantan. Os testes serão realizados em parceria com a Famerp, por meio do Centro de Pesquisas Clínica da Vila Toninho.

- O número de doses que serão ministradas e todos os detalhes sobre a nova vacina ainda não foram divulgados.




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