
por Rodolfo Borduqui
Até o dia 18 de dezembro, quando a bola rolar no estádio Lusail Iconic Stadium para a grande final da Copa do Mundo, todo o planeta saberá um pouco mais sobre o misterioso Catar.
Ao todo, serão 28 dias, de 25 de novembro a 18 de dezembro, e 80 partidas de 32 seleções que estarão no foco de quase três milhões de torcedores nos oito estádios, e cinco bilhões de telespectadores ao redor do mundo. Números que não são espantosos para um país acostumado a cifras astronômicas.
Mas por que o Catar, que tem menos área do que Sergipe, o menor estado do Brasil, desperta tanta curiosidade? As respostas são muitas, e a maioria está relacionada ao dinheiro.
O Catar está localizado na Ásia Ocidental e grande parte dessa fortuna incalculável é proveniente do petróleo e do gás natural, que representam quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) e fazem do país um dos mais ricos do mundo.
O governo é uma monarquia constitucional e absolutista coman- dada pela mesma família, a Al Thani, desde 1825. A religião predo- minante é o islamismo, e a língua oficial, o árabe.
A capital, Doha, é o mais concreto exemplo do que tudo isso junto representa. Uma cidade com pouco mais de 1,5 milhão de habitantes, no meio do deserto, que reúne alguns dos mais modernos, altos e monumentais arranha-céus do mundo, tecnologias avançadíssimas e uma população que segue à risca a religião, as tradições polêmicas e os costumes que certamente farão desta Copa do Mundo uma das mais diferentes já realizadas.
No Catar, as partidas entre as rpincipais seleções do mundo serão disputadas nos estádios mais modernos e tecnológicos já construídos
Copa sem Festa?
Cenas como as que normalmente são vistas em outros mundiais, como celebrações ao ar livre, festas em praças com música e cerveja, danças, integração entre a popula- ção local e os turistas, não devem acontecer no Catar.
A diretora comercial da agência Tripin Viagens, Suelen Miura, lembra que o Catar é um país islâmico, ou seja, sua cultura é totalmente diferente do que o mundo em geral está acostumado. “Por exemplo, é proibido o consumo de bebidas alcoólicas publicamente e o abuso dela pode gerar prisão, inclusive para estrangeiros. Há muitas leis que o turista precisa saber antes de entrar no país, como o fato de ser proibido olhar ou tocar mulheres islâmicas. Mas fora essa parte todos encontrarão modernidade, uma cidade completamente limpa, muito conforto e praticidade”, explica.
As rígidas leis vão além da bebida e do assédio. Não é permitido usar camisetas regatas ou retirar a camisa em público, mesmo em meio a um calor que pode atingir até 50°C. A temperatura no Catar, aliás, foi fator determinante para mais uma excentricidade: a mudança no calendário da Copa.
Pela primeira vez na história dos mundiais, ele será realizado entre novembro e dezembro e não em junho e julho, como sempre ocorre. Uma tentativa de garantir que os jogos sejam disputados com um clima um pouco menos hostil, pois será “inverno” no Catar.
Em sua terceira Copa, o rio-pretense Miguel Freitas se programou para assistir a dez jogos em oito estádios diferentess no Catar
Gramados refrigerados e drones antiterror
O calor do Catar também resultou em uma das mais curiosas tecnologias que o país irá utilizar durante a Copa: a climatização dos estádios. Mesmo arenas abertas, incluindo arquibancadas e o campo, serão refrigeradas.
Um sistema de dutos de última geração será responsável por manter a temperatura aceitável, mesmo que do lado de fora os termômetros estejam ultrapassando os 40°C. Refrigeração que estará presente em praticamente todos os locais públicos, incluindo praças e restaurantes.
Mas não é apenas essa tecnologia que deve chamar atenção. O Catar será a primeira Copa do Mundo com inteligência artificial para identificar lances de impedimento e a utilizar drones para interceptar possíveis ataques terroristas. Além disso, a Al Rihla, bola oficial da Copa, será a mais estável e veloz já utilizada na história das copas.
Hospedagem de até R$ 26 mil a diária
Todo o luxo do Catar pode tornar a experiência bastante “salgada”. Há hospedagens de até R$ 26 mil a diária, sem contar voos, refeições, transportes, ingressos, entre outras necessidades básicas.
Segundo Suelen Miura, o Catar é um País caro, por isso é preciso planejar. “Não é impossível gastar menos, porém, é um dos países com maior taxa de compras, ou seja, é importante se programar bem para gastos e passeios”, orienta.
“Para se deslocar pelo país, por exemplo, é preciso baixar um aplicativo do Governo, por meio do qual eles irão monitorar os transportes e os lugares onde o turista estará percorrendo. Agora, com a Copa próxima, estão investindo mais em metrôs, etc., mas como o combustível é acessível você consegue se deslocar com facilidade usando um aplicativo de corridas”, explica.
O bom planejamento foi exatamente a estratégia usada pelo corretor de seguros rio-pretense Miguel Freitas para assistir de perto à Copa do Catar.
Todas as hospedagens estão centralizadas com a FIFA e eles vão disponibilizando, aos poucos, vagas numa espécie de container. Este tipo de quarto, para duas pessoas, estava 45 dólares cada. Por se tratar de uma Copa num dos países mais luxuosos, não é um valor tão exorbitante”, afirma. Ele e um amigo ?carão oitos dias no Catar para assistir a dez jogos, conhecendo todos os oito estádios do mundial.
Suelen Miura, diretora comercial da agência Tripln Viagens
Apaixonado por futebol, esta será sua terceira Copa, e a mais diferente de todas. “Fui aqui no Brasil e depois na Rússia. Acredito que será um mundial diferente no quesito festa. Porém, eles não querem deixar uma má impressão. Por isso, creio que a organização, o luxo nos estádios, a cultura, vão fazer com que a Copa seja espetacular”, acredita.
Com relação aos ingressos, ele aproveitou os pacotes oferecidos pela FIFA, que davam direito a ir em determinados estádios. “Comprei dois desses pacotes de ingressos e conhecerei todos os oito estádios da Copa. O que estou gastando está praticamente igual ao que gastei na Rússia”, diz o torcedor.
As polêmicas do Catar
- A eleição do Catar como sede da Copa girou em torno de escândalos com denúncias de compras de votos e subornos.
- O regime não é uma democracia e possui normas incompatíveis com estados democráticos, como o fato da homossexualidade ser considerada crime e das mulheres não terem autonomia e dependerem da tutela masculina.
- Outras polêmicas são os supostos abusos de trabalho com operários envolvidos na construção dos estádios e problemas com patrocinadores, uma vez que será proibida a venda de cerveja nas arenas.
- O Governo vem trabalhando para melhorar a imagem do país, uma vez que a Copa servirá como uma importante vitrine mercadológica para o Catar.
Fotos: Elton Rodrigues/ Divulgação
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