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Mar de rosas


Quando fazia faculdade de Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Caroline Caneira imaginava seguir carreira numa multinacional. Porém, há cinco anos, os laços familiares a transformaram em empreendedora. Os planos profissionais mudaram, mas o desejo de atingir o sucesso, não.

Caroline tem 28 anos e é a mais velha de uma família de três irmãos.  Ao lado do pai, Tchesco Barbosa, 51, comanda a Bela Flor Importadora – empresa rio-pretense que se destaca na importação de produtos de decoração da China, como flores permanentes, artigos natalinos e home decor.

“Em 2016, uma das principais diretoras da empresa pediu desligamento, pois iria começar um negócio próprio. Meu pai sentiu a necessidade de ter alguém de confiança nessa função e que também tivesse interesse em continuar na empresa para uma futura sucessão”, lembra.

Filha do dono e com apenas 23 anos, ela teve de enfrentar olhares enviesados e narizes torcidos até mostrar que tinha os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para estar à frente do cargo de gerente administrativa. 

Enquanto seu pai segue na gestão da equipe comercial, é Caroline quem cuida de toda a gestão financeira e da área de importação. Além disso, os dois juntos comandam o setor de compras e a curadoria dos produtos. 

De acordo com a empresária, trabalhar com seu pai não “são só flores”, mas é motivo de grande orgulho e inspiração. “Eu sei de onde meu pai veio e ver tudo o que construiu me faz saber que tenho muito a aprender com ele. Posso dizer que nós dois juntos formamos uma ótima dupla, com ótimo equilíbrio.”

A parte boa, em sua opinião, é ter a certeza de que as pessoas da família sempre vão fazer o possível e o impossível para os projetos darem certo. Mais do que um vínculo de trabalho, há um vínculo afetivo com a empresa. 

Por outro lado, o principal desafio é separar as questões pessoais e profissionais. “É fundamental, mas muito difícil, deixar as questões que correspondem a cada caso no ambiente adequado, para evitar problemas ou chateações desnecessárias.”

Apaixonada pelo que faz, Caroline já enxerga o quanto sua jovialidade e espírito inovador agregaram à Bela Flor nos últimos anos e vice-versa. Agora, seu sonho é montar um “braço” da empresa que seja totalmente idealizado por ela. “Digo braço pois tenho interesse em expandir o setor e o público de atuação, mas sem deixar de lado as flores e a decoração.”

Para 2022, a expectativa é de crescimento em todas as linhas. Seu objetivo é que as flores permanentes e os artigos natalinos cresçam, em média, 8%, e a linha home decor, criada há dois anos, cresça 50%. 

“Nossa principal estratégia será apresentar essa linha em feitas do setor decorativo, sendo a principal delas a ABCASA Fair, da qual já participamos com as linhas de flores e Natal. No próximo ano, faremos a primeira apresentação da linha home decor, o que vai gerar enorme visibilidade e alcance de novos clientes. Além disso, temos projetos de expansão para atendimento a outros nichos de mercado”, diz.


Até mil lojas atendidas por mês
A Bela Flor surgiu em 1999, quando Caroline tinha 7 anos e brincava entre as caixas espalhadas na varanda de sua casa. 

Seu pai comprava flores permanentes de outras importadoras e revendia na região de Rio Preto. O negócio foi uma alternativa à venda de flores naturais, que tinham baixa durabilidade e, consequentemente, alto percentual de perdas.

Cinco anos depois, Tchesco foi para China pela primeira vez e começou a importar diretamente. 

Aos poucos, a casa da família se tornou pequena para os negócios. Desde 2016, a empresa tem sede própria, na vicinal entre Rio Preto e o distrito de Talhado. 

No início, o prédio contava com 5 mil metros de armazenagem e 500 metros de showroom. Hoje, a estrutura compreende 7 mil metros de armazém e estoque, 800 metros de showroom e 300 metros de área administrativa e comercial. 

Compõem o time 72 colaboradores diretos e 55 representantes externos, que atendem cerca de 400 lojas por mês (em alguns meses, chegam a atender até mil) em todos os estados do Brasil. 

O portfólio da empresa conta com mais de 8 mil itens. Até hoje, o carro-chefe continua sendo as flores permanentes, que representam 45% do faturamento anual. 




Natal tem crescimento de 50% nas vendas

A Bela Flor atua com artigos natalinos desde 2015. Tudo começou de forma despretensiosa, mas atualmente essa linha já representa 40% das vendas, com potencial para aumentar ainda mais. 

Em 2021, as vendas subiram em torno de 50% em relação ao ano anterior. Conforme Caroline, de cada dez clientes que chegaram ao showroom, em fevereiro, nove comentaram que o Natal 2020 foi o melhor dos últimos dez anos. Dessa forma, a expectativa é de crescimento.

“Antes, era comum um cliente com perspectiva de compra de R$ 100 mil, por exemplo, comprar apenas R$ 80 mil, pois tinha R$ 20 mil em estoque. Desta vez, eles chegaram falando que não sobrou nada do Natal anterior e que, se tivessem mais produtos, teriam vendido. Por isso, gostariam de comprar de R$ 120 mil a R$ 130 mil”, explica Caroline.

Embora os produtos natalinos sejam sazonais, o trabalho ocorre durante o ano inteiro. As vendas são realizadas de fevereiro a maio e as entregas, de julho a outubro. 

“A operação tem data bem antecipada em relação à data em que realmente comemoramos o Natal (25 de dezembro), pois nosso foco são os lojistas e decoradores. A maioria deles deseja receber os produtos em agosto, para iniciar as vendas aos clientes finais em outubro”, explica Caroline.

Confira algumas das opções da Bela Flor:















Fotos: Elton Rodrigues
Produção audiovisual: Comunic Comunicação Estratégica




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