Cultura




Leitura compartilhada do livro ‘Mulheres que correm com os lobos’ reúne grupo de mulheres em busca de autoconhecimento


Dentre as diversas semelhanças entre a mulher e o lobo, está a natureza instintiva. No livro “Mulheres que correm com os lobos”, a autora e analista junguiana, Clarissa Pinkola Estés, aborda por meio de contos de fada, mitos e lendas como a natureza instintiva feminina, devido a severas punições, foi sendo domesticada ao longo dos anos. A leitura do livro resgata traumas e feridas causados pela sociedade - e até mesmo pela família - para que possam ser curados.

Em Rio Preto, um grupo de mulheres se reúne mensalmente na Generosa Sense, um espaço voltado ao mundo feminino, localizado na loja Generosa, da empresária Kárita Machado. “Tenho para mim como uma grande verdade, que nós mulheres somos como as águas, que crescem quando se juntam. Nosso objetivo ali é compartilhar para somar”, define a empresária.


Kárita Machado e Giulliana Carrazzone

O grupo é formado por cerca de 20 mulheres, que fazem a leitura de alguns contos específicos em casa e, uma vez ao mês, se reúnem para analisar a leitura de forma coletiva e compartilhada.

“Esse é um livro terapêutico. Costumamos dizer que não escolhemos lê-lo, mas que ele nos escolheu para ser lido. Eu tinha esse livro há anos e nunca consegui ler. Certo dia, despertou o interesse e, ao compartilhar com a Kárita, vimos que era algo em comum. Nasceu assim o desejo de convidar mulheres para que pudéssemos realizar a leitura compartilhada, da mesma forma como a autora orienta”, explica a jornalista Giulliana Carrazzone.

Ao ler os contos e debatê-los com a ajuda de uma psicóloga, traumas de infância são trazidos à tona naturalmente e institivamente, e, ao desbravá-los, a inocência - não a ingenuidade - infantil é resgatada.

“O intuito dessa obra é recuperar o lado selvagem da mulher. O selvagem é, de fato, quem somos. É a nossa intuição. Quando estamos em conexão com nossa mulher selvagem, estamos intuitivas e temos clareza mental. Contos infantis, como O Patinho Feio, por exemplo, mostram como o ‘diferente’ é excluído, deixado de lado e, com isso, são gerados sentimentos de inferioridade, rejeição, entre tantos outros. Ao refletirmos sobre isso, algumas mulheres compartilham que já passaram por isso e desejam vencer esse complexo para viverem uma nova fase de vida”, acrescenta a psicóloga Glaucia Carrazzone.

“São 14 histórias, e cada uma traz um arquétipo, ou seja, uma representação de comportamentos que são associados ao personagem. Nós nos identificamos com eles. Ao relacionarmos nossa vida, nosso dia a dia, a esses personagens, nós podemos vencer medos e traumas. Podemos resgatar o nosso ‘eu’ de quando éramos pequenas e acreditávamos no nosso potencial desbravador”, completa Giulliana.

Há 10 meses as mulheres se encontram na Generosa Sense e, desde a primeira reunião, a advogada Amanda Amaral Santos participa da leitura. Ela conta que foi surpreendida com o passar do tempo.

“Fui convidada para ler o livro e não imaginava o que me esperava. Não tinha a dimensão de tudo o que iria viver. Esse livro me trouxe o autoconhecimento e me fez me identificar com outras mulheres que passaram e que passam pelos mesmos problemas que eu. Isso só me mostrou que eu não estou sozinha e que, se outra mulher conseguiu vencer e superar um medo, eu também posso!”


Amanda Amaral Santos

Ela destaca, ainda, que essa atividade despertou nela um dom que estava escondido. “Antes, eu escrevia poesias, mas deixava elas guardadas. Costumo dizer que eram ‘poesias de cabeceira’. Com o passar do tempo e com o incentivo que tive com o grupo, comecei a acreditar mais no meu potencial e passei a compartilhar as poesias com as mulheres. Percebo que esse livro nos permite aprofundar na criatividade, habilidades, talentos. Toda mulher merece isso”, diz.

Movimento, música e sentimento
Durante a leitura, o grupo de mulheres, além de ser acompanhado pela psicóloga Glaucia Carrazzone, também é conduzido por uma arte-educadora Valu Ribeiro. Com a instrução de movimentos corporais, como a dança espontânea, as mulheres aprendem a escutar o próprio corpo e, assim, alinhar corpo e mente para que a leitura tenha efeito na vida delas.

“Ensino, inspiro e conduzo as mulheres do grupo a escutarem o que o corpo delas tem a dizer. Alguns querem perdoar, outros querem ser perdoados, libertos, amados, respeitados. Fazemos sempre exercícios conduzidos por música antes, durante e depois da leitura. Assim podemos conectar três importantes pilares: o movimento, a música e o sentimento”, explica a arte-educadora.

Valu Ribeiro

O livro não tem uma leitura sequencial, mas sim independente. Não é preciso participar desde a primeira reunião para poder entender e fazer parte. Para participar, basta entrar em contato com a psicóloga Angelica Carrazzone, pelo telefone (17) 99669-5903. Cada encontro tem um investimento de R$ 100 e ocorre das 14h às 17h30, na Generosa Sense, Generosa Bastos, 3.333, Vila Redentora.

Conheça como funciona a leitura no grupo:




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