Consumo




Shungo, o vinho premium


Dois empresários rio-pretenses, apreciadores de vinho; um equatoriano radicado na Argentina, com ótimos rótulos sendo produzidos aos pés da Cordilheira dos Andes – mas desconhecidos no Brasil; e uma oportunidade. Ainda no início, mas promissora, a história da Shungo em Rio Preto resulta desses encontros e do desejo de seus sócios de tornar a marca reconhecida no mercado premium de vinhos no País a partir de um modelo de negócio inovador.

“Estamos levando a nossa produção da Argentina diretamente para o consumidor final no Brasil, sem as intermediações de importação que acabam encarecendo os bons vinhos. Queremos que o consumidor de Shungo possa tomar um vinho de alta qualidade a um preço acessível”, explica Fausto Ferraz.



Empresário da indústria de alimentos, ele e o amigo Marcelo Ceron, executivo do setor industrial mas com investimento em outros negócios por meio de uma holding de participações, estavam certa noite apreciando algumas garrafas de Shungo, trazidas por Fausto da Argentina. Entre um gole e outro, veio a ideia: virarem sócios da vinícola que o produzia e se tornarem importadores e distribuidores exclusivos Shungo no Brasil. Loucura? Nem tanto.

“Eu já conhecia o Pablo há mais de 20 anos, acompanhei o nascimento da Shungo na Argentina... Nesse dia, em casa, conversando sobre essa possibilidade de trazer o vinho para o Brasil e depois de algumas tentativas de importação que acabaram não dando certo, o Marcelo disse: ‘Por que a gente mesmo não traz?’”, lembra Fausto.

Pablo Anhalzer é um dos maiores empresários do Equador, principal nome hoje na indústria de frango no país, sócio da rede KFC na América Latina. Amante de vinhos, ele adquiriu no começo dos anos 2000 uma propriedade e passou a produzir ele mesmo seu próprio vinho.

Estonteante do ponto de vista arquitetônico, a Casa Shungo fica localizada na conhecida região vinícola de Tunuyan, a sudoeste de Mendoza. Poucos dias depois daquela noite regada a várias garrafas, Fausto e Marcelo voaram para lá para fazer a proposta a Pablo. Que topou.



O primeiro lote chegou a Rio Preto no fim do ano passado. Foram pouco mais de 3 mil garrafas, de um total de pouco mais de 7 mil - o restante da safra permaneceu na vinícola, amadurecendo, para entregar um vinho ainda mais premium daqui a alguns anos.
São seis uvas: cinco tintas (Malbec, Shiraz, Cabernet sauvignon, Cabernet franc e um blend 50% Malbec e 50% Cabernet franc) e uma branca (Sauvignon blanc). 

Grande parte fica armazenada no escritório da Shungo em Rio Preto, outra é comercializada em alguns pontos já da cidade - como o Terraço Ammici, no Quinta do Golfe (onde foram produzidas as fotos que ilustram essa reportagem).

Mas o interesse maior de Fausto e Marcelo neste momento é consolidar a reputação dos vinhos Shungo junto a uma clientela segmentada, apostando no bom e velho boca a boca. “Começamos a distribuir este ano e cerca de 50 amigos consumiram e já começaram a recomprar. A aceitação está sendo muito boa”, garante Marcelo. “O Brasil é o único país além da Argentina onde se está bebendo Shungo hoje.”

“Não é um hobby, é um investimento para o futuro. Apesar de não ser nossa atividade principal, levamos muito a sério”, acrescenta Fausto. No que Marcelo complementa em tom descontraído: “A vantagem desse negócio é que, no pior dos cenários, a gente pode tomar o estoque inteiro.”




Safra ultra premium em 2023

O primeiro lote de Shungo vendido no Brasil a partir da sociedade entre Fausto Ferraz, Marcelo Ceron e Pablo Anhalzer foi produzido em 2019 e passou 18 meses em barrica francesa. A safra 2020 deve começar a ser engarrafada em agosto e chegar ao Brasil no final deste ano. Já a safra 2021, em pleno vapor, deve ter as primeiras garrafas abertas apenas daqui a dois anos.
Mas parte dessa primeira produção de 2019 foi mantida nos barris e está recebendo tratamento especial que resultará num rótulo ultra premium em 2023. 

Fotos: Elton Rodrigues




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