Economia




Do Oiapoque ao Chuí: joias produzidas em Rio Preto ganham o Brasil


Destaque no mercado nacional de joias, Rio Preto conta com 163 fábricas ligadas à produção de joias, dos mais diversos portes, que empregam em torno de 4 mil pessoas. Neste ano, a cidade ganha ainda o Polo Joalheiro, garantindo mais segurança a um setor que reluz em todo o País

 

Rio Preto é atualmente o maior polo joalheiro em joias de ouro do Brasil, mas ninguém de fora do setor conhece o mercado ou sabe detalhes sobre seu funcionamento. “Você pode já ter passado em frente a uma fábrica de joias várias vezes e não sabe. Não há uma placa sequer, não há destaque. É uma questão de segurança”, afirma Pablo Fernando Racheta, diretor da Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista (Ajoresp).

Isso não impede que a operação continue crescendo e se destacando. “Eu costumo brincar e falar que se você for a uma joalheria do Oiapoque ao Chuí, lá vai ter uma joia que saiu de Rio Preto”, explica Racheta, que também é diretor do Polo Joalheiro José Pascoal Costantini, condomínio voltado para indústrias do setor que será inaugurado no primeiro semestre de 2020 e vem para jogar luz sobre esse mercado tão forte, mas que vive nas sombras.

Revista É Rio Preto - Polo Joalheiro

Do anonimato ao desejo

Apesar de ser um mercado mais low-profile, por razões de segurança, a visibilidade é um passo importante para o Polo Joalheiro de Rio Preto alçar novos voos, na avaliação de Racheta. “Sempre que você aparece, você acaba sendo mais desejado.”

Como exemplo, ele cita a abertura de capital da Vivara recentemente, mostrando que há como buscar novos meios de atuação dentro do ramo. E é essa uma das metas: garantir que a segurança continue como prioridade, mas abrindo espaço para que ele seja visto e desejado.

Concebido seguindo um modelo inédito no Brasil e com apenas outros dois semelhantes em todo o mundo, o Polo reunirá em um grande condomínio 33 empresas. Ao todo, são 70 mil metros quadrados, em um espaço no Distrito Industrial Dr. Ulysses da Silveira Guimaraes, que contará, além das indústrias, com estacionamento, área verde, agência bancária, correio, restaurante, cafeteria e centro de eventos.

“Segurança. Esse é um ponto primordial para nós, tendo em vista que trabalhamos com um material de valor. O condomínio vai gerar um conforto e uma segurança para as empresas se alocarem aqui dentro. Mas a gente tem uma série de outros objetivos. Queremos planejar canais de exportação e importação, viabilizar a aquisição de tecnologia, insumo e matéria-prima para quem estiver aqui”, afirma o diretor da Ajoresp.

Além disso, o setor está se unindo para buscar fortalecimento diante de questões que envolvem o âmbito político. Pontos em que a visibilidade também acaba ajudando. “Em conversa com nosso vice-governador (Rodrigo Garcia), ele já deixou à disposição das empresas que se instalarem aqui dentro o canal Desenvolve São Paulo, para construção dos seus prédios e aquisição de material.”

Outra reivindicação junto ao poder público é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Atualmente, empresas do estado de São Paulo pagam 18% de imposto. Em estados vizinhos, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, o ICMS cobrado é de 5% e 7,5%, respectivamente.

Emprego e capacitação

Com o início das atividades no Polo Joalheiro, também haverá impacto na economia. Há a estimativa de que o Polo, sozinho, gere em torno de 160 empregos diretos em cargos como gestores, financeiro, segurança, manutenção, limpeza, porteiros, entre outros. As empresas também devem criar mais de 900 empregos diretos, segundo estimativa da diretoria.

A expansão de oportunidades de empregos dentro da área ainda contribuirá com o fomento da educação. Hoje, Rio Preto conta com um curso de Confeccionador de Joias, do SENAI, já resultado de uma demanda do setor. Para o futuro, uma parceria foi fechada com a mesma entidade para a expansão da educação voltada para a construção das joias, inclusive com a possibilidade de montar uma escola dentro do Polo dedicada à disciplina.

Exportação

Apesar da força na produção de joias, o Brasil como um todo ainda patina quando o assunto é exportação. Segundo os últimos números consolidados do Observatório da Complexidade Econômica, referentes ao ano de 2017, as exportações brasileiras representaram apenas 0,024% do total.

E fomentar o comércio exterior é uma das prioridades do Polo Joalheiro, garante o diretor da Ajoresp. “Exportar não é fácil, é complexo. Mas pretendemos que a empresa que se instalar aqui tenha esse grande canal de venda. Nossa joia é muito bem vista lá fora. Então nós temos essa possibilidade. Mas ela precisa chegar lá.”

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Expandir para conquistar

Segundo levantamento feito pela Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista (Ajoresp) junto a órgãos públicos e entidades de classe, Rio Preto conta com 163 fábricas ligadas à produção de joias, dos mais diversos portes, que empregam em torno de 4 mil pessoas.

Ao levar em conta os atacados, o varejo joalheiro e o varejo relojoeiro, o total de negócios envolvendo o setor de joias na cidade chega a 556.

Dessas, apenas 40 são associadas atualmente à entidade. “A meta é chegar, até o fim do ano, a 100 empresas associadas. E queremos expandir por todo o Noroeste Paulista nossa área de abrangência, envolvendo o varejo da região”, conta Sergio Cesar Iorio, presidente da Ajoresp.

Por questões de segurança, o faturamento do setor é uma questão velada. As empresas não revelam os números. Mas a produção é extensa e bastante diversa.

“Fabricamos uma diversidade muito grande de produtos, como anéis, brincos, pingentes, pulseiras, correntes, alianças, etc., tudo com tecnologia de ponta e qualidade máxima. Já atendemos todo o território nacional e mais alguns países da América Latina. Agora vamos ampliar nosso projeto de exportação. Temos capacidade de produção, design e qualidade para isso”, afirma Iorio.




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