Rio Preto




Beny Haddad - A mulher cercada pelo sucesso


A segunda edição da revista É Rio Preto traz um jogo aberto com Beny Verdi Haddad, uma das figuras mais emblemáticas da sociedade rio-pretense. Herdeira do Grupo Rodobens e vice-presidente da Acirp, Beny conta como foi conviver ao lago de alguns dos homens mais fortes na história do empreendedorismo da cidade, responsáveis pela construção de um verdadeiro império.

Revista É Rio Preto - Beny Haddad

Se ao lado de um grande homem sempre existe uma grande mulher, no caso de Beny Verdi Haddad essa máxima se estende para praticamente todos os homens de sua vida. Começou lá com seu pai, Waldemar de Oliveira Verdi, fundador do Grupo Rodobens, passou pelo marido, o empreendedor Anísio Haddad, e hoje continua com o irmão, Waldemar Verdi Júnior; o filho, Márcio Haddad, e o neto, Anísio Haddad Neto.

Ela sempre viveu cercada por homens poderosos e influentes, mas também carrega consigo a responsabilidade de dar continuidade ao legado da família, de mantê-lo vivo. “O que tenho é um legado deles, tanto da posição do papai como dele”, afirma Beny, em referência ao marido que faleceu aos 50 anos, no dia 6 de janeiro de 1978.

“Fiquei passada durante um bom tempo. A coisa parecia que não era comigo. Mas tive muito apoio de toda a família porque nós éramos um casal muito ligado às raízes. Da família dele, da minha família. Todos o admiravam muito. Então foi um choque geral”, recorda sobre a perda.

O casamento durou 18 anos. “Ele era uma pessoa comunicativa, brincava com tudo, com todo mundo, muito solidário, muito benemérito. Era uma pessoa especial. Realmente, eu tenho que agradecer muito.”

E a família que eles construíram juntos foi o maior legado para Beny. Esse é um dos motivos, inclusive, para seu comportamento mais discreto. Beny nunca foi adepta de entrevistas ou gostou de ficar sob os holofotes. “Eu vejo outras coisas mais importantes que, às vezes, preciso fazer. Por exemplo, se uma filha minha precisar de mim lá em São Paulo, eu esqueço o que eu tenho aqui e vou.”

Já do pai, Beny trouxe o comprometimento com o trabalho, de fazer bem e de ser um bom patrão, como ela descreve. “Ele sempre tratou os funcionários com respeito e isso se reflete no respeito que eles têm com ele até hoje.”

Mas as mulheres da família também foram referências importantes. “Minha avó ficou viúva aqui em Rio Preto, nova na cidade, com oito filhos, cinco mulheres e três homens. Todos solteiros. Ela foi trabalhar, foi costurar, cozinhava. Fazia tudo, sabe? Falava francês. E mamãe foi a referência de compromisso.”

Todas essas características Beny fez questão que fossem transmitidas para os filhos Gisela, Marcio, Juliane e Cristiane. E ela fica feliz em ver os costumes e aprendizados sendo repetidos e passados de uma geração para a outra, fortes até hoje, com os netos. Anisinho (como Beny chama o neto que leva o nome de seu marido), mesmo sem conhecer o avô, é um exemplo da força deste legado.

“O Anisinho tem tudo (da família). Gosta de tudo que tem ligação com a família do pai. O Anísio foi e é muito influente para os netos, mesmo sem tê-lo conhecido”, conta Beny.

A dona da festa

Apesar de não estar diretamente ligado à política, o pai de Beny, Waldemar de Oliveira Verdi, precisou lidar com esse mundo quando foi presidente da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp), de 1958 a 1961 e de 1964 a 1967. Anos depois, Beny seguiu seus passos. Durante a gestão de Osvaldo Graciani (2003 a 2006), foi convidada a fazer parte da diretoria.

Mesmo com um pouco de receio, Beny aceitou o convite. E já entrou com uma missão: assumir a organização da festa de aniversário da Acirp, que também servia como um momento para homenagear empresários da cidade. Ela abraçou a missão, mudou os conceitos e fez uma prévia do que acabou se transformando no Jantar Empresarial, evento que a Acirp promove anualmente e um dos mais concorridos de Rio Preto.

Desde então, Beny é a responsável pela organização, ao lado do party planner Wander Ferreira Junnior e da Diretora Secretária Geral, Liliamaura Gonçalves de Lima. Isso até 2019. Beny já anunciou que está deixando a entidade, onde atuava como Vice-Presidente Institucional.

“Eu queria ter saído no ano passado, mas o Paulo (Sader), atual presidente da Acirp, pediu para que eu permanecesse pelo menos até esse ano, quando também acaba sua gestão. Eu atendi. Mas agora não quero mais. Estou em um momento muito envolvida com minha família”, afirma.

Revista É Rio Preto - Beny Haddad

Paz, sossego, vinho e Netflix

Aos 81 anos, Beny se encontra num momento em que quer aproveitar a vida, curtir a família e relaxar vendo Netflix. “Eu estou mais acomodada, sabe? Às vezes, fica um pouco difícil para eu sair à noite. Eu não gosto de sair muito. Netflix acabou comigo. Eu adoro a Netflix. Gosto daquelas séries que demoram porque aí eu me sinto compromissada”, conta aos risos. Recentemente, também descobriu a paixão pela atividade física. Começou no ano passado a fazer pilates e diz amar de paixão. “Sinto que me faz muitíssimo bem”, comemora.

O vinho é outra parte importante de sua rotina. Beny conta empolgada histórias das confrarias de que faz parte. Adora receber os amigos para longas noites de bate-papo regadas a muito vinho. E, quando viaja, faz questão de conhecer melhor as variedades espalhadas pelo mundo.

Viajar, inclusive, continua sendo uma de suas atividades favoritas. Quando sentou para conversar com a É Rio Preto, Beny havia acabado de voltar de uma temporada na Bahia. E no fim do ano passado, ela e a família passaram um tempo na Itália. “Viagem eu gosto demais. É uma das coisas que eu mais gosto hoje em dia. É o que eu mais quero. E que a minha família esteja bem.”

Não participa, mas tem opinião sobre política

Outro legado familiar que Beny faz questão de manter vivo é o distanciamento da política. Ela se orgulha da atitude do pai, do irmão e do marido de terem se mantido fora desse mundo, mesmo sendo homens influentes na cidade e, até por isso, assediados para disputar cargos públicos.

Mas ela também não deixa de opinar. “Eu não sou muito politizada, mas é óbvio que em Rio Preto a gente tem um interesse, como eu tenho no Bolsonaro. Eu sou Bolsonaro. Fui Bolsonaro. Acredito no Bolsonaro. Acho que ele tem umas coisas que precisam corrigir. Acho que nos filhos ele devia dar um bom pontapé e deixar que se virassem. Mas acho que ele é uma pessoa transparente. Ele é assim. Ele é grosso, sabíamos disso antes, que ele é mais grosseirão. Mas ele vai aprender. Eu acho que ele vai aprender.”

Quanto ao cenário local, Beny ainda não tem um candidato fechado para a Prefeitura de Rio Preto, mas está acompanhando a movimentação e já ponderando sobre suas possibilidades. “Não apoiarei o Valdomiro”, diz, em referência ao ex-prefeito Valdomiro Lopes. “Votei muito nele, mas não gostei muito da sua política”, conta.

Sobre o atual prefeito, Edinho Araújo, Beny diz gostar dele pessoalmente e de seu trabalho, mas não sabe se votaria nele novamente por uma atitude sua na última eleição. “Quando ele foi eleito, no dia seguinte, pôs um banner na cidade: ele no meio, a Dilma e o Lula. Aquele dia não aguentei, liguei e falei: ‘Edinho, você sabe que sou sua eleitora, gosto muito de você. Mas você me causou hoje uma decepção muito triste. O que é aquilo? Você acabou de ser eleito sem puxar os nomes deles e, de repente, no dia seguinte, aquele banner na cidade inteira, no meio das avenidas?’”, recorda.

De qualquer forma, Beny prefere esperar pela campanha para tomar uma decisão.




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