Consumo




Aviação executiva garante a empresários um meio rápido, seguro, prático (e caro) de se locomover. Em Rio Preto, há pelo menos 50 aeronaves


Agilidade, conforto e privacidade. Esses são só alguns dos benefícios de ser dono do seu próprio avião. Na aviação executiva, quando há o uso das aeronaves para o trabalho, o alto investimento para aquisição de uma aeronave pode ser compensado com resultados mais rápidos para o negócio. Especialmente em um país de grandes dimensões como o Brasil, onde voar é a forma mais rápida e prática de se cruzar o território.

Esse mercado é grande e movimenta milhões na cidade e na região. Segundo a É RIO PRETO apurou, são mais de 50 aeronaves particulares entre jatos, turboélices, monomotores e bimotores. Entre os donos, empresários como Rubens Facchini, José Faria, José Carlos Semenzato, Reinaldo Zanon e o cantor sertanejo Zé Neto, entre outros.

Também ficam estacionadas aqui em Rio Preto as aeronaves dos proprietários das Usinas Vale, em Onda Verde, e Moreno, em Monte Aprazível.

Para a maioria – mais de 80% –, as aeronaves são o meio usado para visitar as fazendas que ficam em outros estados. Já executivos de Rio Preto cujos negócios estão espalhados por todo o Brasil aproveitam a praticidade para voar de uma reunião para outra. Há ainda médicos que possuem consultórios em outras regiões e que usam os aviões para conseguir atender em cidades distantes em um curto espaço de tempo. E há até quem use as aeronaves apenas como hobby.

Independentemente da finalidade, ter seu próprio avião custa caro. Para comprar um bimotor, o interessado pode desembolsar até R$ 5 milhões. Uma aeronave turboélice pode custar até R$ 15 milhões. Já para os jatos, o céu é o limite: começam em R$ 8 milhões e podem superar facilmente R$ 100 milhões.

Uma opção que existe no mercado é a compra compartilhada da aeronave. Cada um dos investidores adquire uma cota e o uso do avião é dividido entre os proprietários. “Mas o rio-pretense não é muito adepto dessa ideia. Ele gosta de ter o avião próprio”, diz uma fonte.

Ao todo, as aeronaves particulares de Rio Preto somam entre R$ 120 milhões e R$ 180 milhões.

Cuidar é ainda mais caro
A compra de uma aeronave é só o início. Manter o avião também exige financeiramente do proprietário. Na ponta do lápis, o proprietário de um monomotor sem piloto terá, no mínimo, entre R$ 10 mil e R$ 15 mil de despesas envolvendo manutenção e taxas. Com um tripulante, esses valores podem dobrar, dependendo do salário. “Esses preços são médios, mas um jato pode chegar a custar R$ 100 mil por mês para o proprietário.”

Tudo isso sem levar em conta a questão do combustível, fator que deixa muita aeronave no chão. Hoje, no estado de São Paulo, a gasolina usada para modelos menores, além de cara, ainda sofre com a cobrança de 25% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o dobro do valor na comparação com outros estados.

Neste caso, os jatos possuem pequena vantagem. Eles são abastecidos com querosene, que custa metade do valor da gasolina, e, mesmo com consumo proporcionalmente semelhante, eles vencem pela velocidade.

Tempo é dinheiro
O empresário Carlos Zamborlini Rangel, de 38 anos, adquiriu um Cirrus SR22, um monomotor escolhido por três fatores – custo, segurança e qualidade – e que vem ao encontro de uma paixão antiga de seu proprietário, encantado pela aviação desde criança.

O empresário optou pelo modelo compartilhado. Ele divide a aeronave com outros dois empresários. “Não tenho demanda para ter um avião sozinho e encontrei essa oportunidade com pessoas com perfis semelhantes aos meus, com pouco uso”, conta.

“Mas não é algo como muitas pessoas imaginam. No meu caso, por ser compartilhado, os custos fixos são diluídos e no fim das contas acabo tendo um custo de aproximadamente o valor de um carro de luxo”, afirma.

Ter um avião particular também representou ganhos para o trabalho. Rangel possui empresas em Rio Preto, Ribeirão Preto e em cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. De carro ou em um avião comercial, levaria muito tempo para estar em todos esses lugares. E tempo é um bem que não dá para desperdiçar, afirma o empresário.

“Tempos atrás precisei ir a Jaú de carro porque lá não tem pista de pouso. Fiquei quase seis horas dentro do carro, entre ida e volta. Sem estar trabalhando, desconectado. De avião, daria 30 minutos de voo e eu ganharia praticamente um dia de trabalho. Não é só pelo valor. Você poderia ter um momento de lazer, com a família”, compara.

Brasil tem o 2º maior mercado
O Brasil possui o segundo maior mercado de aviação executiva no mundo, com cerca de 2 mil aeronaves, que movimentam cerca de R$ 4 bilhões por ano.

Vale destacar que, em dezembro do ano passado, o grupo JHSF, que atua no segmento de luxo, inaugurou em São Roque, na Rodovia Castelo Branco, o Catarina, primeiro aeroporto privado do País voltado à aviação executiva.

Modelos mais desejados

Gulfstream G700
Anunciado no fim de 2019 pela Gulfstream, uma das marcas mais desejadas de jatos, o G700 será um dos maiores, mais rápidos e luxuosos do mundo. Deve entrar em serviço em 2022 e o custo estimado é de US$ 76 milhões

Bombardier Global 7500
Considerada como uma das maiores aeronaves do mundo, a Global 7500 também é capaz de voar longas distâncias. Seu custo está em torno de US$ 74 milhões

Embraer Legacy 500
Sinônimo de luxo e conforto, esse é um jato médio referência dentro de sua categoria. Custa em torno de US$ 20 milhões

Airbus ACJ319Neo
Versão executiva do A319Neo, avião comercial da Airbus, tem teto transparente e é considerado um dos modelos mais caros do mercado, podendo ultrapassar os US$ 100 milhões

Foto: Elton Rodrigues




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